sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Superastro do rap Kanye West inventa o hip-hop espacial


Rapper chega ao Brasil em outubro com 50 toneladas de equipamento para seu novo show 'Glow in the Dark'

Jotabê Medeiros, enviado especial a Nova York (Portal Estadão)



Rapper norte-americano Kanye West


NOVA YORK - E Kanye West inventou o hip-hop sideral, o Dark Side of the Moon do rap. Glow in the Dark, o novo show do megalomaníaco astro do hip-hop, é definido por ele como "uma missão para trazer a criatividade de volta à Terra". Essa é a historinha que dá o mote à space opera que o cantor criou, e que está a caminho do Brasil para o TIM Festival, em outubro.


Pense nas mais manjadas experiências de ficção científica, de Jornada nas Estrelas a O Homem que Caiu na Terra. Misture com todos os clichês do gênero, o principal deles um computador-espaçonave que dá conselhos ao seu tripulante, aqui chamado Jane (Hal, o computador de 2001, Uma Odisséia no Espaço, deve estar se revirando no cemitério de computadores; aceleração no hiperespaço). Outros: pin ups que fazem strip tease e simulam sexo virtual, luas que explodem, gêiseres de fogo, explosões e muito crepúsculo espacial. Até um dinossauro apareceu (no espaço? sério isso?) para engolir o astro do rap megalô 80 mas logo ele escapou, rasgando o ventre da criatura e ressurgindo no palco.




A reportagem do Estado assistiu a Glow in the Dark na quinta fila do Madison Square Garden na terça-feira à noite (é um espetáculo totalmente diferente do que ele apresentou no Lollapalooza Festival, no domingo à noite). É esse que vem ao Brasil - maior do que o do Daft Punk, há dois anos. O show tem os efeitos visuais mais mirabolantes, tudo em cores laranja, vermelho, púrpura e neon rosa. Cortinas de telões superpostos (que entretanto estão integrados em imagem e efeitos), som surround. É talvez o mais high tec dos shows que irão ao Brasil este ano. São 50 toneladas de equipamento, segundo a organização do TIM Festival.



No final de tudo, a nave-mãe Jane diz a Kanye: "Nós precisamos do poder do maior astro do universo, Kanye. Nós precisamos de você". Eu podia ter dormido sem essa... Mas piora depois: West, depois de uma longa lição de moral no público, termina dizendo que tudo que ele precisa é dele mesmo, Kanye. Milionário, o hip-hop americano pode se dar ao luxo de excentricidades como essa - talvez, hoje, seja um dos poucos gêneros a ir tão longe, já que o rock está meio pobrinho ultimamente.



Foi uma noite entre manos. Começou ali pelas 19h com um rapper meia-boca chamado Consequence. Depois virou coisa de responsa: Lupe Fiasco veio com sua banda e seus MCs, e é um rapper cheio de groove, jazzy as vezes. Ele chama para fazer uma base um cantor branquelo que faz o gênero Justin Timberlake e eles arrasam em duas canções, a primeira em cima de Daydreamin’. O cara tem estilo.



Depois foi a vez de Pharrel Williams e seu combo N.E.R.D. Muitos decibéis, pouca criatividade. Finalmente veio Kanye, com seus músicos todos vestindo as roupas de sua fantasia espacial - capacetes que lembram os dos garotos do Daft Punk, malhas e ombreiras geométricas. O Madison Square Garden quase veio abaixo - o público dançou freneticamente até na hora da verborragia típica de Kayne, que faz longo discurso no final.



Kanye abriu o show com Good Morning, seguida por I Wonder, Heard 'Em Say, Through the Wire, Champion, Get 'Em High, Diamonds from Sierra Leone e Can't Tell Me Nothing. O set list do rapper contou ainda com Flashing Lights, Spaceship, All Falls Down, Gold Digger, Good Life, Jesus Walks, Hey, Mama, Don't Stop Believin' (da banda Journey), Stronger, Homecoming e, para finalizar, Touch the Sky.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Paul Weller um dos principais nomes da música pop britânica também no TIM FESTIVAL 2008


Paul Weller


Compositor, cantor e multi-instrumentista (guitarra, piano, baixo e violoncelo), o inglês Paul Weller é um dos principais nomes da música pop britânica. Em meados da década de 70, em plena eclosão do movimento punk capitaneado por The Clash e Sex Pistols, Paul liderou uma das bandas pop mais influentes dos anos 80: The Jam (1976-1982). Mais tarde, entre 1983 e 1989, formou a igualmente bem-sucedida Style Council, um duo com o pianista e compositor Mick Talbot. Com o The Jam, atingiu o topo das paradas em 1980, com o single Going Underground. Seguiram-se outros primeiros lugares com Start! e com Town called Malice, canção que anos depois conseguiu renovada repercussão ao integrar a trilha de Billy Elliot (2001). O sucesso avassalador na Grã-Bretanha levou o grupo a emplacar duas músicas (Town called Malice e Precious) na mesma edição do programa da BBC Top of the Pops, feito até aquele momento só alcançado pelos Beatles. O último single antes do término da banda, Beat surrender, chegou ao primeiro lugar da parada britânica na primeira semana de lançamento, fato raro para a época. Os shows de despedida lotaram todas as noites o Wembley Arena e depois o Brighton Centre, em dezembro de 1982. Com letras quase sempre politizadas, assim como o The Jam, o Style Council se engajou em diversos movimentos, apresentando-se em grandes eventos beneficentes como Live Aid, no estádio de Wembley, em 1985, e integrando a Band Aid, formada por estrelas da época para gravar a canção Do They Know it’s Christmas?. O grupo emplacou hits, inclusive nos EUA e Austrália, como My ever changing moods, You’re the best thing e Shout to the top. Com o fim do grupo em 1989, Weller deu início, alguns anos mais tarde, à sua carreira solo. No começo dos anos 90, integrou o movimento Britpop, que revelou grupos como Oasis e Blur. Em 1995, lança seu terceiro álbum solo, Stanley Road, que o leva novamente ao topo das paradas britânicas e se torna um de seus discos de maior vendagem. A declarada admiração do Oasis pelo extinto The Jam se materializa na participação do guitarrista Noel Gallagher em I walked on gilded splinters. Já Paul Weller empresta guitarra e voz na faixa Champagne Supernova, do Oasis. Seu mais recente trabalho, 22 Dreams, lançado este ano, é o nono disco solo, com o qual tem excursionado pelo mundo.

A jovem Esperanzamistura de jazz tradicional com soul, pop e world music.


Esperanza Spalding nova geração do Jazz


Em turnê mundial de lançamento de seu segundo disco, Esperanza, a compositora, cantora e contra-baixista norte-americana Esperanza Spalding, de apenas 23 anos, chega ao Brasil em outubro trazendo sua mistura de jazz tradicional com soul, pop e world music. Da infância em Portland, Oregon, aos estudos na Berklee College of Music, sua história é pontuada pela precocidade. Tocou violino clássico dos 5 aos 15 anos em uma orquestra de câmera de sua cidade natal até começar a flertar com ritmos populares como rap, r&b, rock e soul. Atravessou o país de costa a costa até Boston, onde ingressou na conceituada Berklee com apenas 16 anos de idade. Após quatro anos de estudos, tornou-se a mais jovem professora da história da escola. Ainda em 2005, lançou seu álbum de estréia, Junjo. Antes mesmo de se formar, participou de turnês ou gravou com grandes nomes da música como Joe Lovano, Pat Metheny, Stanley Clarke e Patti Austin. Fã entusiasta da música brasileira, Esperanza reservou nada menos que as faixas de abertura e fechamento do disco respectivamente para Ponta de Areia (Milton Nascimento / Fernando Brant) e Samba em prelúdio (Baden Powell / Vinicius de Moraes), ambas cantadas em português. O disco traz ainda composições próprias como Fall in e standards do jazz como Body and Soul, este transformado em Cuerpo Y Alma, na versão espanhola feita para o disco.

Carla Bley jazz feminino com maturidade


A pianista Carla Bley


Do outro lado dos EUA vem a pianista de jazz Carla Bley. Aos 72 anos, a compositora e instrumentista californiana é uma referência dentro do estilo. Ganhadora de diversos prêmios e honrarias, como o Oscar du Disque de Jazz, o Guggenheim Fellowship, o Prix Jazz Moderne (conferido pela Academia Francesa de Jazz) e eleita melhor compositora pela renomada revista Downbeat, Carla foi ainda figura importante e pioneira no desenvolvimento de selos independentes, dirigidos pelos próprios artistas. Entre os diversos músicos com quem trabalhou estão Charlie Haden, Phil Woods, Jack Bruce, George Russel, Art Farmer, Robert Wyatt e Nick Mason, baterista do Pink Floyd. Nascida Carla Borg, começou a estudar piano ainda criança, com o próprio pai, Emil Borg. Adolescente, mudou-se para Nova Iorque, onde conheceu o também pianista Paul Bley, com quem teve um breve casamento. Depois de passar um período na Califórnia natal, retorna novamente a Nova Iorque e conhece o compositor Michael Mantler, com quem mais tarde se casa e forma o grupo The Jazz Composer’s Orchestra. Com ele tem, em 1966, sua única filha, Karen. Com letras de Paul Haines, lança em 1971 uma de suas mais importantes obras, a operística Escalator over the hill, vencedora do Oscar du Disque. Seu mais recente trabalho, The Last Chords find Paolo Fresu, lançado em 2007, é o seu 27º álbum.

The National marcando presença no Tim Festival 2008


The National


Também nova-iorquino, o grupo The National é liderado pelo barítono Matt Berninger. A banda de indie-rock criada em 1999 conta ainda com dois pares de irmãos: Aaron (baixo) e Bryce Dressner (guitarra) e Bryan (bateria) e Scott Devendorf (guitarra). Em 2001, lançaram o primeiro disco, que levava o nome do grupo. Seguiram-se Sad songs for dirty lovers, em 2003, e os EPs Cherry tree, em 2004, e Alligator, em 2005. No ano passado, lançaram Boxer, puxado pelas faixas Fake empire, Slow show e Mistaken for Strangers.

The Management (MGMT), público vera em outubro no Tim Festival variada sonoridade de estilos.


A banda The Management (MGMT)



Originalmente conhecido como The Management, a banda indie nova-iorquina MGMT, formada pela dupla Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden, aposta em sonoridades retrô como o pop-psicodélico, eletro-rock e dance music. Criado no final de 2001 pelos então colegas da universidade Wesleyan, em Connecticut, o duo chamou a atenção do público e da crítica a partir das muitas turnês realizadas para o lançamento do EP Time to pretend, em 2005, em que abriam shows para o grupo Of Montreal. Dois anos depois lançaram o primeiro álbum, Oracular Spectacular, que chegou à décima-segunda posição nas paradas britânicas e ao primeiro lugar na parada Top Hearseekers da Billboard, onde aparecem os artistas emergentes.

Gogol Bordello uma mistura de ritmos que vai agitar o TIM FESTIVAL 2008


Gogol Bordello é literalmente uma banda multi-cultural

(Extraido do Portal Uol / Folha Ilustrada - Folha de S. Paulo)

Surgida em Nova Iorque em 1999, a banda Gogol Bordello faz uma mistura de ritmos tão variada quanto as origens de seus integrantes. A formação cosmopolita do grupo vai do ucraniano Eugene Hütz (voz, violão e percussão) ao japonês-romeno Stevhen Iancu (acordeon), passando pelo russo Sergey Ryabtsev (violino e vocais), o israelense Oren Kaplan (guitarra e vocais), o etíope Thomas Gobena (baixo e vocais), o norte-americano Eliot Ferguson (bateria e vocais), a tailandesa-americana Pamela Jintana Racine e a sino-escocêsa Elizabeth Sun (percussão, vocais e dança). Com cinco discos lançados – Super Taranta, de 2007, é o mais recente –, o grupo mescla música cigana com punk rock, dub e, ao vivo, é conhecido por suas performances vigorosas e teatrais. O apresentador e comediante inglês Phill Jupitus resumiu a impressão que teve da banda em uma frase: “É um pouco como o The Clash e o The Pogues tendo uma briga”.