sábado, 27 de outubro de 2007

Björk mostra no TIM Festival por que é uma artista rara


Cantora islandesa faz festa simbólica vikinkg e ousa ao mudar o formato conservador do rock

Jotabê Medeiros, do Estadão


RIO DE JANEIRO - De um lado da platéia, o artista plástico Tunga. De outro, os cantores Milton Nascimento, Lenine e Marina Lima. A apoteose de Björk, com seu pequeno exército de fadas islandesas, movimentou grande parte da intelectualidade nacional e tomou de assalto o Rio de Janeiro na abertura da edição carioca do TIM Festival 2007. Globais como Thiago Lacerda e estrelas da música, como a matogrossense Vanessa da Matta, estava quase todo mundo lá na Marina da Glória na noite de sexta.



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E parece que ninguém se decepcionou. Fazendo uma espécie de festa simbólica viking, uma ritualização dos ritos de fertilidade, caça, colheita, viagem, partida e chegada de uma cultura extinta, Björk mostrou por que é uma artista extremamente rara. Ela abriu com Earth Intruders, do disco novo, Volta; depois emendou Hunter, primeira canção de Homogenic (1997) e a seguir tocou Pagan Poetry (segunda canção de seu quarto disco, Vespertine de 2001). Até um batidão de "samba" entrou na parada.



É uma das artistas mais ousadas da cena musical em todos os tempos. Como desafiava o maestro Rogério Duprat, quem teria coragem de mudar o formato conservador do rock com sua dependência crônica da guitarra, baixo e bateria? Björk tem a coragem. Dois tecladistas, um percussionista, um piloto de laptop e um coro feminino de tubistas, trompistas, trompetistas no palco. No começo a voz estava inaudível, mas depois acertaram o som.



Uma abordagem de ópera, um túnel do tempo entre o medieval e o eletrônico, uma roupa dourada de libélula e pequenos truques carnavalescos: estava montado o coquetel que deliciou a platéia boquiaberta do TIM no Rio. A tecneira se encontra com suas motivações primitivas, a pulsão do sangue, em Innocence. No final, até Björk ficou encantada com a reação elétrica da platéia. Voltou para um bis que parecia uma roda de capoeira esquimó, com a canção Declare Independence (também de Volta, seu novo álbum). Björk, a pequena islandesa voadora, venceu de novo.



Set list do show:



1. Earth Intruders

2. Hunter

3. Pagan Poetry

4. Unravel

5. Pleasure is All Mine

6. Jóga

7. Desired Constellation

8. Army of me

9. Innocence

10. I miss you

11. Wanderlust

12. Cover me

13. Hyperballad

14. Plútó

15. Declare Independence



http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art71577,0.htm

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